Realidade virtual é utilizada para aliviar dores

Nós já falamos por aqui que a realidade virtual pode ser aplicada em diversas áreas e para diferentes fins. Uma das utilizações mais interessantes é na área da saúde. Empresas e hospitais estão criando e adotando a tecnologia em vários tratamentos para diminuir dores, ansiedade e medo, transformando a experiência do paciente.

A tecnologia já está sendo implementada em alguns hospitais dos EUA e para diversos tratamentos. Como uma tática para acalmar o sistema nervoso, a realidade virtual ajuda a limitar o processamento da dor.

Um estudo realizado pelo Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles, sugere que as experiências de realidade virtual podem ser tão eficientes quanto remédios no tratamento de dores. Segundo o estudo, o equipamento pode ser usado com bons resultados durante coletas de sangue, administração de anestesias e para gerenciamento de dores pós-operátorias.

O diretor de pesquisas Brennan Spiegal diz que com 20 minutos de utilização do software foi capaz de reduzir o nível de dor dos pacientes em uma média de 24%.

“Não é muito diferente do resultado que vemos quando administramos narcóticos.”

O Cedars-Sinai Medical Center é um dos investidores da AppliedVR, uma empresa especializada na criação de jogos e experiências de realidade virtual para uso nesse contexto específico. A empresa atualmente já desenvolveu três aplicações voltadas para redução de dor, além de uma voltada para a redução de ansiedade.

Outras pesquisas da empresa ainda mostram que a realidade virtual também pode ser usada em casos pediátricos e para aliviar sintomas de depressão.

No hospital infantil Shriners, no Texas, EUA, os médicos testaram uma nova abordagem. Após acordar de um coma induzido depois de sofrer queimaduras que cobriam um terço do seu corpo, foi colocado um headset de realidade virtual na paciente. Ao colocá-lo, ela foi rodeada pelo “SnowWorld”, uma paisagem congelada onde ela podia jogar neve em bonecos de neve e em iglus.

Como os curativos precisam ser trocados e é necessário fazer uma raspagem da pele morta, as dores beiram o limite do suportável. “Eu nunca tinha ouvido falar disso, então me surpreendi um pouco”, disse a paciente. “Na primeira vez que tentei, me distraí e isso ajudou a aguentar a dor”.

Em pesquisas realizadas pelos psicólogos Hunter Hoffman e Walter Meyer no hospital Shriners e em trabalhos semelhantes feitos por Dave Patterson no Centro de Queimaduras Harborview em Seattle, nos EUA, os pacientes informaram sentir menos desconforto. Hoffman examinou imagens por ressonância magnética (IRM) do cérebro dos pacientes que mostraram que eles de fato sentiram menos dor.

A abordagem ainda é nova, mas já parecer ser bastante promissora.

Via Olhar Digital e Bloomberg